“Não é possível uma educação intelectual, formal ou informal, de elite ou popular, sem Arte, porque é impossível o desenvolvimento integral da inteligência sem o desenvolvimento do pensamento divergente, do pensamento visual (…) que caracteriza a Arte”.
Ana Mae Barbosa
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A arte contribui para ampliar a percepção do ser humano em relação ao mundo e ao meio que o cerca, submetendo-o a ângulos de visão aos quais não estão acostumados.
Ao ampliar a percepção é possível conceber que não precisamos deixar o que estamos fazendo para enxergar as coisas de forma mais abrangente, basta que olhemos o que estamos fazendo de forma diferente e o que há de diferente dentro da forma comum.
Exemplo disto é a dicotomia entre Ciência e Arte, que ainda é um paradigma vigente em quase todos os campos do conhecimento humano, até mesmo no educacional, dividindo-o nas áreas de exatas, humanas, biológicas… olhando-as de forma separada e diferentes e não semelhantes e complementares.
Há profundas relações entre uma e outra que raramente são trabalhadas, mas que deveriam, pois a maneira como se apresenta a visão de mundo através da ciência dos dias de hoje pede que o homem construa novas formas de sentir, pensar e agir que possibilitem a construção de maneiras atualizadas de ensinar e aprender.
Trabalhar a Ciência sem a Arte ou a Arte sem a Ciência é desprezar uma parcela da criatividade, portanto se faz necessário a observação e o estudo do ser humano como um todo, visto que o homem e o meio onde ele vive formam um grande organismo interdependente.
Por esses motivos a integração dos hemisférios cerebrais, a complementação entre Arte e Ciência e uma visão holística destes conjuntos são mais do que necessárias, são fundamentais.
No fazer artístico surge o espaço, o tempo, o ritmo, o sensível, a emoção… e o pensamento se amplia, pois se torna ação experienciada e não somente processo racional.
As emoções participam da racionalidade através do corpo, é possível, portanto, através da Arte e da Criatividade, reatar a ligação entre sujeito e objeto, mente e matéria, qualidade e quantidade, sentimento e razão, liberdade e determinismo.
Utilizar a Arte e a Ciência, forças complementares e compensadoras, a serviço da terapia e da educação, e formar por meio delas verdadeiros homens integrais, é uma ideia ousada e criadora que só pode amadurecer na mente daqueles que se dispuserem a ir além dos paradigmas vigentes.