O que são os Complexos? O que são impulsos? Confia nos seus impulsos? Tem ciência do quanto seu inconsciente e o que você repreende pode tomar conta de você? Já fez algo que você disse que nunca faria? Como a criminologia e a psicologia analítica se relacionam? Sabia uma pouco mais sobre, nessa matéria.
Este artigo pretende abordar:
- A criminalidade e sua relação com os complexos
- A criminalidade e sua relação com os impulsos
- Os complexos sob ótica da psicologia analítica
- A impulsividade e o que ela representa em geral
- A Libido ou a Energia Psíquica
“I am a world before I am a man
I was a creature before I could stand”
(SLIPKNOT, 2004)
A Criminalidade e sua Origem nos Complexos
Nos dias atuais, devido ao governo, há muitos debates sobre o que é crime e o que pode levar a isso, assim vamos aos conceitos de direito e crime.
O direito (ELEUTÉRIO, 1997) atravessa os séculos tal qual um camaleão, alterando suas cores (seus comportamentos), não para se aproveitar de seus semelhantes, mas, para estudar seus anseios, suas revoltas, seus atos violentos, a criminalidade, bem como, encontrar formas de prevenir e combater a estas, através da aplicação justa de uma penalidade.
(Imagem autorizada. Fotografia: Lily Martins. Rede social: https://www.instagram.com/l.martinsfotos/)
Além de um fenômeno social, o crime é, para Eleutério (1997), um episódio na vida de um indivíduo. Não podendo, portanto, ser dele destacado e isolado, nem mesmo ser estudado em laboratório ou reproduzido.
Não se apresenta no mundo recorrente como apenas um conceito, único, imutável, estático no tempo e no espaço. Ou seja: cada crime tem a sua história, a sua individualidade; não há dois que possam ser reputados perfeitamente iguais.
Agora que já estamos conscientes do que é o crime, o que o leva a ser cometido? O crime é um ato impulsivo? Se é o que é impulsividade?
A impulsividade é descrita (ABREU, TAVARES, et al, 2007) como uma característica do comportamento marcada por reações rápidas e não planejadas, em que a avaliação das consequências não é realizada, ou é apenas de forma parcial, focando-se preferencialmente em aspectos imediatos em detrimento do após.
Também pode ser compreendida como um fenômeno dinâmico, um desequilíbrio entre as funções propelentes e inibitórias do comportamento.
Por vezes, impulsos e desejos não apresentam alterações mórbidas, nem de intensidade, mas as inibições são pobremente estruturadas, ocasionando perda de controle.
Outras vezes se dá o contrário, os freios estão presentes, porém os impulsos são vividos de forma intensa e, de forma recorrente, superando a inibição.
A impulsividade é classicamente descrita por Abreu e Tavares (2007), como um componente ou traço do temperamento, um componente hereditário e temporalmente estável da personalidade, mas também pode ser um fenômeno adquirido por lesão do sistema nervoso central.
E o que tem a ver a criminologia, impulsos e a psicologia analítica?
Os complexos.
Um complexo é a imagem emotiva e vivaz de uma situação psíquica estagnada, imagem incomparável ademais com a atitude e atmosfera consciente habituais.
É uma constelação de ideias e afetos que perturbam a consciência. São elementos que se separam da consciência e continuam unidos a funcionar no inconsciente (CALLUF, 1969).
(Imagem autorizada. Fotografia: Lily Martins. Rede social: https://www.instagram.com/l.martinsfotos/)
São conjuntos ideo-afetivos, para Calluf (1969) que podem a qualquer momento inibir ou estimular produções conscientes.
Conteúdos afetivamente carregados de elementos psíquicos. Consistem de um núcleo e elementos que giram em torno dele, o núcleo se compõe de uma vivência ou trauma de disposição inata do indivíduo.
Resumindo, os complexos são um conjunto de imagens, ideias, fatos, inconscientes, cimentados por forte carga afetiva, assim provocado um dos elementos, todos se rompem.
E do que se origina os complexos?
Os complexos se originam (CALLUF, 1969) de um choque emotivo, um trauma ou um conflito moral entre exigências contraditórias da natureza que se mostram impossíveis de se realizarem totalmente, esta impossibilidade que acarreta automaticamente, e as vezes inconscientemente, uma cisão, uma divisão interna.
O complexo tem o caráter de conflito, ruptura, abalo, mal-estar, incompatibilidade. Não gostamos ou não podemos relembrá-los, pois contêm recordações, desejos, temores, necessidades, obrigações, que não conseguimos aceitar ou superar e que se manifesta por meio de impulsos.
Pesquisas experimentais indicam Calluf (1969), que é ondulatória a curva de atividade ou intensidade dos complexos, com uma largura de onda que vária de horas ou dias, a semanas, o que explanaria aquilo: “Estou muito irritada, não consigo me controlar, mas depois passa”.
Nisso, ninguém escapa das indisposições psíquicas que limitam consideravelmente a liberdade.
(Imagem autorizada. Fotografia: Lily Martins. Rede social: https://www.instagram.com/l.martinsfotos/)
A expressão complexo-autônomo, (CALLUF,1969) não deveria chocar, porque de fato os complexos ativos do inconsciente têm a capacidade de opor-se a intervenções conscientes.
São massas psíquicas que se subtraíram ao controle da consciência, separaram-se destas para viverem independentes na região obscura da alma, onde a qualquer momento podem entravar ou favorecer as atividades conscientes.
A autonomia do complexo se manifesta por aparecer ou desaparecer quando “quer”, podendo apenas ser percebido pela consciência e não controlado.
E como tratar os complexos?
Fazendo análise, o conteúdo complexual permanece, para Calluf (1969), como que entre o consciente e o inconsciente, em um claro-escuro, sentindo o indivíduo que por parte pertence a consciência ou tem afinidade por ela e por outra continua independente não apenas para se opor mas inclusive para se inspirar, advertir ou fornecer informações extraordinárias.
Com força de vontade conseguimos reprimir um complexo, mantê-lo sub-julgado, mas anulá-lo é impossível porque na primeira ocasião favorável, reaparecerá com o vigor original.
Quanto mais olharmos e tratarmos os complexos e sua origem mais tiramos sua força e autonomia.
Podemos ficar cientes das redes de pensamentos e atos que os resgatam e os fazem entrarem em ação. Mas ALERTA: Não faça essa análise sozinho (O que chamamos de análise selvagem), faça com um profissional de confiança, porque é sua saúde mental que está em jogo.
O complexo (CALLUF, 1969) é um fator psíquico que energeticamente possuí força, pelo menos por momentos, superior à da consciência, caso contrário essa irrupção (Impulsiva) não seria possível.
Nisso um complexo ativo nos envolve em um estado de não liberdade, de obsessão, de pensamentos e atos de responsabilidade limitada.
Então o criminoso seria alguém impulsionado por seus complexos?
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Referências
ABREU, C. N.; TAVARES, H., et al. Manual Clínico dos Transtornos do Controle dos Impulsos. Artmed: Porto Alegre. 1º ed. 2007.
CALLUF, Emir. Sonhos, Complexos e personalidade: a psicologia analítica de C.G.Jung. Editora Mestre Jou: São Paulo. 1º ed. 1969.
ELEUTERIO, Fernando. Análise do conceito de crime. Jurisprudência Brasileira Criminal. Curitiba. 49 v. n. 37, 1997.
SLIPKNOT. Before I Forget. Califórnia. Roadrunner Records. 2004. CD/Vinil/Download Digital.
Com todo devido respeito, achei o texto bom, apenas para abrir um tema, mas superficial ao que o link enviado propunha. Também discordo da frase inicial do mesmo, onde lê-se “devido ao governo”… qual a justificativa? É um tema complexo, deveria ter-se o cuidado, em manter-se num conteúdo específico, ou pelo menos, justificado. Espero ter contribuído, é minha opinião. Cordiais saudações.