“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana” (C.G. Jung)
Essa é uma frase muito conhecida por nós e que fala essencialmente de relações humanas, de pessoas que se encontram num processo de crescimento e ajuda. O terapeuta (ou profissional do desenvolvimento humano), como aquele que traz ferramentas, técnicas e oferece o melhor de si, servindo de guia e o cliente como aquele que busca transformação e uma vida melhor. E é nesse universo do setting terapêutico que acabamos focando nossos estudos e forças, sempre aprendendo e nos aperfeiçoando. A partir do momento em que o cliente chega, nós sabemos enxergá-lo e ajudá-lo como uma alma humana.
Você sabe como pode ajudar, quem pode ajudar e aquele que chega é bem acolhido. Mas de onde ele veio? Como ele soube que você pôde ajudá-lo? Por indicação? Geralmente, é assim que aprendemos, tem que esperar que clientes indiquem outras pessoas que se tornarão novos clientes. Mas você já pensou que pode ter muita gente do seu convívio que não sabe o que você faz e que tem um amigo ou conhecido que você poderia ajudar?
As nossas formações nos ensinam o que fazer “da porta para dentro”, mas e da “porta pra fora”? Você tem um tesouro a oferecer, mas não foi ensinado a mostrar e oferecer. Muitas vezes porque te ensinaram que vender não é algo nobre, que o marketing tem muita manipulação e enganação e você protege seu trabalho, não querendo maculá-lo com esse universo.
E a grande maioria dos terapeutas acaba na posição passiva esperando clientes chegarem por indicação ou fazendo ações ineficientes porque não sabem ou não gostam de vender. E no final do mês, vários buracos na agenda e insatisfação com o retorno financeiro, fazendo com que grandes profissionais tenham que buscar outras formas de renda, sendo que poderiam estar ajudando muitas pessoas.
No final desse texto vou te mostrar o caminho para sair dessa roda.
Esses dias conheci uma pessoa que me provocou profundamente e me trouxe uma reflexão impressionante sobre esse assunto. Numa palestra, uma psicóloga fez uma pergunta a ele:
“Eu queria ajudar mais pessoas, mas tenho dificuldade. Por que você acha que eu não estou conseguindo?”
Resposta que recebi: “Porque você não se importa o suficiente com as pessoas.”
Eu fiquei com o cabelo em pé! Achei meio arrogante, mas ele seguiu com sua fala:
“Você tem razão quando diz que não sabe vender.
Tem razão quando diz que não aprendeu a vender na faculdade.
Assim como seus professores tinham razão ao dizer que não era papel deles ensinarem ninguém a vender, e não era mesmo.
Mas e daí? Como fica a vida de quem precisa do que vocês podem fazer enquanto vocês se escondem atrás dessa desculpa de que não sabem vender?
O mundo seria melhor se você aprendesse a vender e vocês passam anos e anos com esse papinho de que queriam ajudar mais pessoas.
Quer ajudar? ajude. Venda pra elas. Elas não têm nem problemas com comprar e nem problemas em pagar, vocês é que têm problemas em vender.
Quantos cursos de venda, comunicação, apresentação e convencimento vocês fizeram?”
Foi então que uma ficha grande caiu. Eu tenho que saber como “faz” para “fazer” do meu jeito, com os meus valores. O problema não é o processo da venda, mas a maneira manipuladora que muitas pessoas usam. E se eu sei como fazer vou poder inserir os meus valores e vou conseguir ajudar tantos quantos eu posso.
Essa pessoa é o Elton, especialista em comunicação humanizada. Com ele, aprendi que vender nada mais é do comunicar o que faço, alinhado com meus valores. Nesse dia percebi como nós terapeutas estamos isolados em nossos mundos. Tem um universo lá fora buscando pessoas como nós que podem ajudá-las, mas estamos escondidos e elas não encontram.
Essa reflexão me fez olhar para a frase de Jung com outros olhos:
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”
Quantas almas precisam ser acolhidas e não sabem onde ir?
E encarar esse desafio de aprender a comunicar, vender, para acolher mais pessoas pode ser o próximo passo nos seu caminhar de desenvolvimento, que vai também vai fazer de você alguém mais preparado porque “conhecer a sua própria escuridão é o melhor método para lidar com a escuridão dos outros” (C. G. Jung)
É exatamente isso Lino,o que nos terapeuta precisamos. Aprender a comunicar nosso trabalho e valor que ele agrega. Eu vi a minha realidade retratada neste texto. Gratidão por me convidar.
Perfeito para mim.