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Ternura, Sexo, Dignidade e Amor

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Ternura, Sexo, Dignidade e Amor

Um Estudo das Funções Estruturantes pela Psicologia Simbólica

Carlos Amadeu Botelho Byington

“Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas”
E.E. Cummings

“Hay que endurecerse sin perder la ternura jamás”
Ernesto Che Guevara

Sinopse

A partir de uma Teoria Arquetípica da História, o autor atribui a limitação do Processo de Humanização de exercer plenamente o amor conjugal na sociedade de dominância patriarcal, em boa parte, à repressão da ternura na personalidade do homem e da dignidade na personalidade da mulher. Descreve a pujança virtual do símbolo do bebê e argumenta que o afastamento da sua convivência com o homem na família patriarcal mantém o subdesenvolvimento e a repressão da ternura, da sensibilidade e da afetividade provenientes da formação machista de sua personalidade. Acrescenta que o correspondente na mulher patriarcal é a dificuldade de manter a sua autoestima e dignidade devido à submissão que acompanha a repressão da sua profissionalização, da sua autossuficiência criativa e da sua sexualidade.

O autor prossegue e assinala que o desenvolvimento da sensibilidade e da ternura do homem na cultura patriarcal se fizeram defensivamente na Sombra por intermédio da homossexualidade masculina e que o desenvolvimento da autossuficiência econômica e da sexualidade na mulher ocorreram sombriamente por intermédio da prostituição.

Para terminar, o autor argumenta que o amor conjugal hetero e homossexual se desenvolve junto com o amor erótico e o amor da ternura somente sob a dominância do Arquétipo da Alteridade e do Arquétipo da Totalidade e, por isso, interpreta o “mito do amor impossível” como a busca emergente do amor conjugal, vetada pela dominância patriarcal ainda vigente.

Artigo enviado para publicação na Junguiana, revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, no.18, São Paulo, 2001

O autor conclui que apesar da busca do amor conjugal estar desestruturando a família e a organização social patriarcal tradicional, sua realização é parte essencial da vivência da compaixão social e ecológica indispensáveis para a continuidade criativa do processo de humanização e da salvação de nossa espécie.

Unitermos 

Teoria   Arquetípica     da    História.    Ternura.    Amor.    Sensibilidade.      Afetividade. Sexualidade. Dignidade. Autossuficiência criativa. Heterossexualidade. Homossexualidade. Arquétipo Patriarcal. Arquétipo da Alteridade. Arquétipo da Totalidade. Mito do Amor Impossível.

Introdução

Em 1970, a Dra. Catarina Kemper, minha analista durante quatro anos e uma das fundadoras da Sociedade de Psicanálise do Rio de Janeiro, contou-me que, enquanto ainda vivia na Alemanha, um colega psicanalista chamado Schultz-Hencke havia chocado a Sociedade de Psicanálise com a teoria que “a ternura (Zärtlichkeit) é uma pulsão primária do Id, tão primária quanto a sexualidade e que, por isso, não pode ser a esta reduzida…”.

Com a experiência da vida, esta ideia cresceu dentro de mim. Ao formular o conceito de função estruturante criativa e defensiva para abranger todas as funções da natureza animada e inanimada e ao estudar a relação homem-mulher no processo de humanização em busca do amor conjugal, a ternura foi se me apresentando como uma função estruturante de importância central e, de longe, mais abrangente que a sexualidade.

Ao me dar conta da importância do desenvolvimento da ternura na personalidade do homem e do desenvolvimento da autoestima na personalidade da mulher para a vivência do amor conjugal, percebi também que elas haviam se tornado funções estruturantes defensivas devido à repressão tradicional da ternura na personalidade do homem equivalente à repressão da autoestima na personalidade da mulher. Uma das intenções deste artigo é elaborar essa repressão histórica dentro da psicologia simbólica.

Rapaz Meditando. Fonte: Google Imagens

Vicissitudes Históricas da Ternura e da Autoestima

Pelo fato de a Psicologia Simbólica descrever o desenvolvimento arquetípico em função do Processo de Humanização (Teilhard de Chardin, 1947), abordarei com amplos traços os três grandes referenciais deste processo para emoldurar sua perspectiva milenar, dentro da qual estudarei as funções estruturantes da ternura e da autoestima, buscando a explicação para a sua repressão sistemática na personalidade do homem e da mulher.

De acordo com uma Teoria Arquetípica da História (Byington, 1983) e seguindo a estimativa de Watson (2003), descobridor da estrutura química do DNA, de que nossa espécie tem mais de 200 mil anos, intuo que, durante os cento e noventa mil anos que fomos caçadores-coletores, tivemos uma dominância do Arquétipo Matriarcal na organização de nossa Consciência.

Provavelmente, vivíamos… para sobreviver. A fome, as intempéries, os animais ferozes e os grupos rivais nos faziam conhecer precocemente a morte. Esta primeira grande fase da humanidade desenvolveu-se dentro do princípio da sobrevivência e da sensualidade, que caracterizam o Arquétipo Matriarcal, tanto na personalidade do homem, quanto da mulher e da cultura. Matriarcal que, neste sentido, se refere à matriz.

A descoberta do pastoreio e do plantio há mais de 10 mil anos nos permitiu adotar a vida sedentária em aldeias que lentamente deram origem às cidades. A imensa transformação trazida pela revolução agropastoril gerou a família patriarcal, a propriedade privada, a herança, o pátrio poder, as classes sociais e o Estado junto com a construção das cidades, como tão bem descreveu Engels (1888).

Assegurada a moradia e a alimentação, o princípio existencial da sensualidade, característico do Arquétipo Matriarcal, foi suplantado em importância pelo princípio existencial da organização, característico do Arquétipo Patriarcal.

Esta mudança do paradigma de dominância arquetípica foi, dentro da perspectiva milenar do Processo de Humanização, o acontecimento mais importante da civilização na antiguidade.

A Psicologia Simbólica descreveu o funcionamento da Consciência Individual e Coletiva por intermédio da relação Ego-Outro regida por arquétipos, o que permitiu a expansão do conceito de arquétipo para abranger também a Consciência Individual e Coletiva.

Desta maneira, podemos compreender melhor como o aumento extraordinário do poder da Consciência Coletiva ensejado pela capacidade de organização do Arquétipo Patriarcal coordenou a formação das nações e dos impérios do regadio (Ribeiro, 1968) que, pelos dos séculos e milênios, dominaram e configuraram a subdivisão sócio-política moderna do Planeta.

A abrangência da coordenação da polaridade Ego-Outro, subjetivo-objetivo e consciente-inconsciente pelo conceito de arquétipo nos permitiu conhecer os quatro grandes Arquétipos Regentes que coordenam o processo de elaboração simbólica para formar a Consciência. São eles o Arquétipo Matriarcal, o Arquétipo Patriarcal, o Arquétipo da Alteridade e o Arquétipo da Totalidade.

Eles operam a volta do Arquétipo Central e dão origem às quatro grandes visões de mundo das quais nossa espécie é capaz (veja o gráfico no final). Três dessas mentalidades já se expressaram como dominantes na história da humanidade. A quarta começa a despontar com o processo de globalização ora em curso. Elas se apresentam também, ora uma ora outra, de forma dominante nas várias fases da vida individual (Byington, 1996 A).

Mas, o que é mais importante de tudo é que os quatro Arquétipos Regentes e principalmente o Arquétipo Matriarcal e o Patriarcal disputam entre si a coordenação da elaboração simbólica para formar e operar a Consciência Individual e Coletiva.

Ora, quando aplicamos o conceito de arquétipo não somente ao funcionamento do inconsciente, mas também da consciência, nos damos conta que a atuação do Ego, é sempre arquetípica, pois em última análise, o Ego é a expressão, ou, metaforicamente dito, a encarnação do Arquétipo Central na consciência.

Apresento, a seguir, como exemplo, a elaboração do caso de uma adolescente reprovada. Baseado nessa relação filial ao Arquétipo Central, o Ego é capaz de participar em todo o processo de elaboração simbólica. Apesar de muito inteligente, minha segunda filha foi reprovada na primeira série do colegial porque não estudou.

Decidi elaborar com ela o símbolo e a função da reprovação. Comecei a elaboração pelo Arquétipo Matriarcal e a levei para almoçar no Iate Clube, onde realizamos juntos muitas pescarias divertidas na sua infância. No meio do almoço, perguntei como ela estava se sentindo com a reprovação e empatizei e sofri junto com ela a sua frustração.

A seguir, continuei a elaboração da reprovação pelo Arquétipo Patriarcal, e pedi que ela se justificasse e considerasse uma punição, que podia até incluir a suspensão de sua viagem já programada nas férias. Continuando a elaboração por intermédio do Arquétipo da Alteridade, na qual combinamos a elaboração matriarcal com a patriarcal, pedi a ela para expressar suas reações e interagi expressando as minhas emoções de surpresa e decepção.

Hoje, 40 anos depois, revejo com ela a elaboração da reprovação dentro do Arquétipo da totalidade e sinto uma grande satisfação ao percebê-la, apesar de distante, junto com a recente aprovação do seu doutorado em medicina.

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A participação do Ego na elaboração simbólica com os arquétipos regentes é a prova cabal de ser ele a expressão do Arquétipo Central na consciência e na Sombra, pois, nesse caso, o Ego faz numa escala menor exatamente o que o Arquétipo Central faz numa escala maior.

Esta compreensão da capacidade do Ego de intervir na elaboração simbólica é imprescindível para o estudo das funções estruturantes, e do processo de elaboração simbólica, pois, como veremos melhor adiante, a função estruturante da sexualidade, por exemplo, pode ser bastante bem expressa quando coordenada pelo Arquétipo Matriarcal e pelo Arquétipo Patriarcal, ao passo que a função do amor conjugal somente pode ser expressa plenamente quando coordenada pelo Arquétipo da Alteridade e da Totalidade.

Isto explica, por exemplo, porque a Psicanálise, cuja visão é dominada pelo Arquétipo Patriarcal (Byington, 2001) elegeu a sexualidade e nela permaneceu como função estruturante central do desenvolvimento psíquico e não conseguiu absorver a função estruturante da ternura no desenvolvimento da libido.

Durante o período de dominância patriarcal que durou mais de dez mil anos até o início de nossa era, tivemos uma visão de mundo que determinou, entre outras situações sociais e individuais, a estruturação patriarcal da identidade do homem e da mulher (Byington, 1986) e da família, como busquei demonstrar na Revista Junguiana, aquela de número 17, e em meu artigo “A Família como Dimensão Simbólica do Self”, (Byington, 1999) e no livro Terapia de Família com Adolescentes (Castanho, Gisela Pires e Dias, Maria Luiza. São Paulo: Ed. Roca, 2014).

Patriarcado segundo o autor

A visão de mundo de dominância patriarcal afetou a sexualidade permitindo ao homem sua plena satisfação orgástica, inclusive fora da família, e limitando a mulher ao lar e à procriação, sem incluir a consideração de suas ideias da sua plena realização sexual com o orgasmo.

Essa restrição, como hoje é de conhecimento geral, incluiu o conceito do complexo de castração de Freud e, em muitas culturas, a cliterotomia e o lancetamento múltiplo da região perineal anterior da mulher para que realizasse o ato sexual com dor e jamais com prazer.

Em culturas “mais evoluídas” a cliterotomia tem sido exercida simbolicamente, sem o componente concreto, por intermédio do não reconhecimento da função do clitóris na formação da identidade da mulher e na sua busca do orgasmo.

Foram necessários o relatório Kinsey (1948), o relatório Hite (1976) e os estudos de Master e Johson (1966), na segunda metade do século vinte, para denunciar que o orgasmo não podia ser um privilégio do homem no ato sexual, pois sem o reconhecimento e a inclusão da função do clitóris, a participação plena da mulher na sexualidade não pode ser atingida.

Durante a dominância patriarcal, o papel da mulher era procriar, criar, servir, cuidar da casa e dos filhos. Dar o orgasmo para a seu marido fazia parte do papel de ser uma “mulher direita” e “do lar”.

A sociedade de dominância patriarcal só permitiu à mulher assumir sua sexualidade ativamente e sua autonomia financeira na prostituição, exercida fora do contexto familiar, geralmente numa parte da cidade pejorativamente estigmatizada, onde ganhava sua independência econômica se vendendo em troca do orgasmo do homem.

Devido ao usufruto do poder do homem patriarcal sobre a família, sobre as fontes de produção, a religião e a política, ele próprio acreditou que só tinha regalias e nenhum prejuízo e se auto intitulou o senhor do lar.

Foi a própria miopia da visão de mundo de dominância patriarcal que percebeu a realidade de forma tão distorcida. O homem não enxergou o que mais lhe faltava e, por isso, não se deu conta de que foi exatamente a prepotência do seu poder repressor que manteve sua função afetiva e a ternura fixadas e subdesenvolvidas.

Esta fixação trouxe para ele a maldição de Eros que o manteve simbiotizado à mãe, imaturo e inseguro emocionalmente, misógino e incapaz de amar devido à repressão da sensibilidade, da ternura e da afetividade.

O correspondente desta limitação na mulher foi a sua submissão ao poder do homem, que a manteve também fixada no quatérnio primário, com um forte complexo de inferioridade por ter sido impedida de participar do orgasmo, do poder religioso, econômico e político, o que comprometeu seriamente a sua autoestima, a sua dignidade e o seu desenvolvimento como pessoa.

A Capacidade Simbolizadora do Ego e do Self

A psicologia tradicional tem afirmado erroneamente que a criança vive exclusivamente a concretude, baseada na observação correta de que o Ego só desenvolve seu poder de simbolização por volta dos cinco anos de idade. No entanto, isto

  • um preconceito pelo fato de reduzir a criança ao Ego. No entanto, o Self, que engloba o Ego e o Arquétipo Central, tem um altíssimo poder simbolizador desde o início da vida, devido ao fato do Arquétipo Central formar a identidade do Ego e do Outro na Consciência e na Sombra por intermédio da elaboração dos símbolos.

Para a Psicologia Simbólica Junguiana, que é símbolo-centrada e não Ego-centrada ou arquétipo-centrada, a atividade simbólica da personalidade como um todo começa no nascimento onde é extraordinariamente intensa e diminui durante a vida, na medida em que a capacidade simbolizadora do Ego aumenta pela sua maior participação na função transcendente.

A função transcendente, ao ser cada vez mais exercida pelo Ego, diminui correspondentemente a atividade simbolizadora do Arquétipo Central e, por isso, a capacidade simbolizadora da personalidade, como um todo, decresce na vida adulta.

É este fato que torna as crianças e os adolescentes tão mais criativos, irrequietos, idealistas, românticos, e atraentes e os adultos, frequentemente, tão mais pobres, acomodados, reacionários, cínicos, desiludidos e maçantes. (Byington, 1996).

A partir dos 5 anos, o Ego e suas posições arquetípicas participam de forma crescente no exercício da função transcendente simbolizadora do Self. Dentro da coordenação da elaboração simbólica pelo Arquétipo Matriarcal, o Ego pode ter percepções extraordinárias por intermédio da intuição e da mediunidade.

É por isso que as culturas tribais com forte exuberância matriarcal dão grande importância à mediunidade dos seus xamãs. Eles são chamados para elaborar símbolos importantes e prever o que essas elaborações podem trazer para o conhecimento.

No caso da cultura Yorubá Nagô, por exemplo, o Orixá Orunmilá, do Arco-Íris, é o grande padroeiro dos babalorixás (pais de santo), para buscar as adivinhações. É ele o orixá que revela os Edus (revelações dos oráculos) e inspira o Orixá Exú para ritualizar os “ebós” que são as oferendas rituais aos orixás.

  • contudo, na coordenação da elaboração simbólica pelo Arquétipo da Alteridade (Anima e Animus), que o Ego atinge seu maior poder de transcendência, para usar a intuição e a mediunidade, na criatividade científica e artística, mas também existencial, para ter as grandes percepções.

Esta imensa capacidade simbolizadora virtual do Self do bebê se irradia para o Self familiar e cultural e a todos fascina e encanta. Ao nascer, a criança é o vir-a-ser, é o símbolo prospectivo do futuro da humanidade, é a promessa da autorrealização do imenso potencial criativo de nossa espécie, cuja dimensão somente a imaginação dos gênios vislumbra, em fugazes lampejos, no firmamento da Consciência.

A criança não representa somente o símbolo da totalidade para os adultos. A criança é esse símbolo em carne e osso, fezes e urina. A criança é, no sofrimento e na indignação da fome e da cólica, e na paz e na tranquilidade da saciedade e do sono, o Ser aqui (o Dasein), o símbolo e a função estruturante da encarnação dessa totalidade.

Sua desproteção, sua infantilidade (cuja etimologia significa a impossibilidade de falar), sua delicadeza, sua sensibilidade, sua humildade, sua vulnerabilidade e sua fraqueza são a condição virtual simbólica da força que expande a consciência do adulto para vivenciar a ternura e abrir o Ego para o Outro, para a alteridade e para a compaixão.

Essa é a condição essencial da vivência da plenitude do relacionamento humano, no qual o homem e a mulher podem se encontrar pelo conhecimento e pela sensualidade do amor.

“Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando:

  • Quem porventura o maior no reino dos céus? E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é maior no reino dos céus. E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe”. (Mateus 18: 1-5).

O grande poder conferido ao homem na sociedade de dominância patriarcal afastou-o da criança e dos seus significados simbólicos na família e nele próprio. Identificada pejorativamente com o subdesenvolvimento e a fraqueza, a criança e, junto com ela, a ternura, foram entregues para serem criadas pelo sexo “frágil”, pela mulher, submetida ao homem e destituída da dignidade outorgada pelo poder financeiro, político, religioso e sexual.

Conheço um analista descendente de família tradicional inglesa que, quando completou sete anos, foi vestido com suas melhores roupas por sua mãe para ser “apresentado” ao pai. Trabalhando fora, longe do lar e da criança, o estereótipo da identidade do homem na sociedade de dominância patriarcal formou um complexo de superioridade, cumulado de um poder tão extraordinário que sua ambição desmesurada se afirmou por intermédio do homicídio e da guerra.

Dominou a mulher e aperfeiçoou a sedução “donjuanesca” para “comê-la” como qualquer outro alimento e matar momentaneamente a fome de sua carência afetiva abissal, deslocada defensivamente para a sexualidade. Estuprou-a literal e metaforicamente, manteve-a subjugada, humilhada e coroou-a rainha do lar para melhor obedecê-lo e servi-lo.

Consciente ou inconscientemente, a mulher complementou esse sadismo milenar com um imenso complexo de inferioridade desenvolvido por intermédio do usufruto secundário do poder pela prostituição simbólica e pela submissão masoquista com a qual engessou gravemente a sua dignidade.

A Psicologia do desenvolvimento, que eu saiba, por intermédio de todas as escolas e por todos os autores pelos quais foi até hoje teorizada, com exceção da psicóloga americana Dorothy Dinnerstein (A Sereia e o Minotauro), ratificou absurdamente a redução da formação da polaridade Ego-Outro na relação primária à relação com a mãe, dela excluindo tematicamente a relação com o pai.

Esta deformação teórica terrivelmente mutiladora da relação primária só se justifica quando nos damos conta que ela expressa como verdade objetiva a unilateralidade oriunda da posição polarizada do Arquétipo Patriarcal, que atribuiu pejorativamente à mulher a ternura, a delicadeza, a afetividade, a vulnerabilidade e a sensibilidade necessárias para sintonizar com a natureza do bebê e, ao homem, a força bruta, a “paquidermice” e a prepotência incompativeis com essa sintonia.

O resultado catastrófico dessa perspectiva teórica foi que a Psicologia do desenvolvimento manifestou a deformação Patriarcal da identidade do homem, da mulher e do bebê já na relação primária com o complexo parental (Dinnerstein, 1976).

O Arquétipo Patriarcal vivenciado criativamente foi e é capaz de feitos poderosos e maravilhosos na vida da humanidade que desenvolveu as nações modernas. Sua capacidade defensiva, repressora e destrutiva, no entanto, é proporcional à sua pujança criativa.

Foi, em boa parte, o afastamento do homem da criança, da ternura, da delicadeza, da vulnerabilidade e da fraqueza que deformaram e tornaram o poderoso homem patriarcal incapaz de amar não somente a mulher, mas também a outros homens, aos animais e à própria Terra.

Dentre os troféus dessa trágica epopeia vitoriosa da onipotência do poder patriarcal estão o elitismo desumano das classes sociais e o luxo obeso de parte do Planeta, que confronta a miséria esquálida restante, escarnecendo dos cadáveres das guerras e das espécies animais sepultadas nos cemitérios da destruição ecológica.

Imagem que representa o desmatamento

James Hillmann descrê da psicologia do inconsciente porque, em um século, ela quase não melhorou a humanidade (Hillmann, 1995).

Deve-se acrescentar que um fator importante para essa diminuta eficácia pode ter sido a redução da Psicanálise à sexualidade, da Psicologia Individual de Alfred Adler ao poder, e do conceito de arquétipo de Jung ao inconsciente, três caminhos que por um lado muito contribuíram para o Processo de Humanização, mas que, por outro lado, ao não identificarem a importância da ternura reprimida na personalidade do homem e da dignidade reprimida na personalidade da mulher, não conseguiram libertar a humanidade patriarcal de sua incapacidade de amar e não identificaram devidamente o paradigma da alteridade, condição essencial para compreender a luta da dimensão democrática contra a dimensão autocrática na consciência coletiva e empreender o resgate de sua Sombra patriarcal tão destrutiva.

A voz solitária de Schultz-Hencke, que identificou a importância da ternura no desenvolvimento da personalidade do homem, permaneceu um farol solitário no oceano da Psicologia moderna, ofuscado pela noção da incapacidade de simbolização do Ego infantil.

A ternura reprimida do homem impediu seu amadurecimento emocional e o manteve indiferenciado e próximo demais da mãe.

O resultado dessa dependência imatura foi a “carnificina” emocional psicológica da mulher. Impedido de realmente se desenvolver e amadurecer, o homem ficou preso na compulsão de repetição de “comer” sexualmente e atacar sadicamente, um verdadeiro “desmembratio” alquímico, defensivo, cada vez mais revoltado e escravo do poder e amargurado pela sua incapacidade de amar.

Perguntas e questões respondidas, gravadas pelo próprio Dr. Byington!

A Analogia da Homossexualidade do Homem e da Prostituição da Mulher na Sociedade Patriarcal

Analogamente à autonomia financeira e sexual da mulher patriarcal vivenciada ainda que relativa e sombriamente na prostituição, a afetividade, a sensibilidade e a ternura do homem patriarcal foram reduzidas e vivenciadas relativa e sombriamente na homossexualidade. É preciso atenção para não interpretar mal estas considerações.

A prostituição e a homossexualidade são aqui consideradas funções estruturantes do comportamento humano, podendo ser criativas ou defensivas, ou seja, atuando criativamente para formar a Consciência ou defensivamente para formar a Sombra.

Por conseguinte, não se trata de julgar eticamente malignas a prostituição e a homossexualidade, mas de reconhecer que elas são funções estruturantes e a partir daí tentar perceber como foram deformadas na visão do mundo patriarcal.

Dentro das inúmeras variações de como os homossexuais foram considerados na história, desde tolerados, perseguidos, e frequentemente assassinados, até enaltecidos na Grécia antiga e nas cortes do Império Romano, chama a atenção um fenômeno importante para a compreensão da visão de mundo do homem patriarcal.

Frequentemente identificados ou identificando-se com a mulher e excluídos do grupo majoritário dos homens, os homossexuais masculinos puderam evitar relativamente a repressão machista da sensibilidade e da ternura por intermédio da vivência de amor entre homens, daí se transformarem com o tempo no grupo gay da modernidade.

O fenômeno cultural da homossexualidade é extraordinariamente complexo e suas variações históricas são inúmeras, o que não permite de modo algum qualquer generalização.

No entanto, não há como negar a importância da função estruturante da homossexualidade na manutenção, ainda que variável e relativa, da afetividade, da sensibilidade e da ternura durante a longa repressão do homem patriarcal.

Este fato precisa ser bem compreendido porque muitos homens que hoje querem desenvolver sua sensibilidade e ternura hesitam em fazê-lo com medo de serem taxados de homossexuais.

Os milênios de repressão afetiva do homem patriarcal criaram um patrulhamento ideológico que frequentemente rotula de prostituta a mulher que assume a sua autonomia financeira e a sua sexualidade e de homossexual o homem que assume a sua sensibilidade e a sua ternura.

O problema é de extraordinária importância porque o próprio homem que busca transcender a repressão patriarcal e se desenvolver afetivamente, frequentemente se julga homossexual, chegando até mesmo a buscar a homossexualidade, sem sê-lo autenticamente.

O encontro frequente deste distúrbio da identidade masculina na psicoterapia levou-me a descrever a homoafetividade

igualmente na homossexualidade e na heterossexualidade como uma função estruturante que absorve e transcende sexualidade. A seguir, podemos conceituar a homossexualidade criativa e a defensiva.

Criativa é a homossexualidade natural e defensiva é a homossexualidade que foi adotada por um homem ou mulher heterossexual para vivenciar sua afetividade, sua sensibilidade e sua ternura.

Frequentemente, este diagnóstico é muito difícil de fazer e se torna o tema central da elaboração simbólica de um processo analítico.

Alteridade: A Terceira Grande Fase da Humanidade

A busca da identidade pós-patriarcal do homem e da mulher (Byington, 1986) situa-se dentro do terceiro grande paradigma da história da humanidade coordenada pela dominância do Arquétipo da Alteridade e coadjuvada pelo Arquétipo da Totalidade.

O paradigma de alteridade vem sendo integrado pela Consciência Coletiva do Self Planetário por intermédio da busca de liberdade, igualdade e fraternidade.

Já o paradigma da totalidade começa a ser integrado pelo processo de globalização que, infelizmente, tem sido visto principalmente nos seus aspectos negativos por intermédio dos quais as multinacionais têm buscado ampliar o seu poder, a concentração de renda e a sociedade de consumo e, relativamente pouco, na maravilha que é a ampliação da consciência do Self Planetário para perceber as vivências criativas e defensivas da nossa espécie como um todo.

Quem percebe a história por intermédio da perspectiva simbólica e arquetípica milenar se dá conta facilmente de que as consequências das distorções do imenso poder estruturante do Arquétipo Patriarcal são incompatíveis com a habitabilidade do Planeta e a sobrevivência de nossa espécie.

A sofisticação crescente do poder estratégico e tecnológico dos exércitos, da devastação ecológica pela predação planetária e das injustiças sociais pela desigualdade de classes sociais preconizaram há mais de dois milênios essa possível destruição, que hoje se torna claramente visível.

Ou nossa espécie ativava no seu genoma outro arquétipo, outra visão de mundo para coordenar o desenvolvimento da Consciência Coletiva, ou nosso fim é irremediável. Felizmente, nossa espécie dispõe geneticamente desse arquétipo, que denominei o Arquétipo da Alteridade responsável pela democracia, e capaz de reconhecer e de elaborar nossa Sombra pela sustentabilidade.

Ele foi ativado mitologicamente intensamente há 2500 anos com o Mito do Buddha na Índia e depois no Oriente e há 2000 anos com o Mito Cristão, inicialmente no Oriente Médio e posteriormente no Ocidente, dentre outras inúmeras manifestações (Byington, 1996 B).

Pelas leis da genética moderna, sabemos que os principais gens e arquétipos que nos caracterizam sempre estiveram em nosso DNA desde o início de nossa história. Assim sendo, podemos afirmar que o Arquétipo da Alteridade não foi inventado pela civilização, mas sempre fez parte do nosso corpo. Ele foi ativado intensamente pelas circunstâncias históricas.

O grande problema é que a implantação da dominância cultural de um arquétipo na Consciência Coletiva, como já vimos, leva milênios, o que nos faz perguntar, entre a esperança e a angústia, se haverá ainda tempo para a alteridade se implantar em nosso processo de humanização a ponto de corrigir as distorções terrivelmente sombrias da poderosa organização patriarcal que moldou a civilização nos últimos dez mil anos.

O Amor Conjugal, a Ternura, o Sexo e a Autoestima

O amor conjugal é a função estruturante do desenvolvimento, da entrega existencial plena entre o homem e a mulher na heterossexualidade, ou entre dois homens ou duas mulheres na homossexualidade.

O desenvolvimento da entrega existencial não é somente afetiva, pois inclui a pessoa como um todo com as inúmeras funções estruturantes do Self, como, por exemplo, a inteligência e a compreensão. O amor é um processo que se desenvolve e se aprende por intermédio da vida. O amor é uma gnose.

Dentro da abertura da sensibilidade do Ser para a entrega, esse processo inclui a função afetiva como a boa fé, a dedicação e a confiança, mas é inseparável da inteligência racional e da atração erótica irracional, indispensáveis para a interação dialética que permeia o processo.

A fidelidade no amor é definida pela dedicação ao processo de humanização. O processo de entrega existencial dos cônjuges é o caminho da união existencial humana. É por isso que os amantes entendem tão bem a linguagem poética das estrelas.

O caminho do amor conjugal é o aprendizado da essência da vida que se transforma e se realiza pelo encontro das polaridades. Percebemos que o amor é um aprendizado quando nos damos conta de que passamos a vida sofrendo com suas feridas e vamos aos poucos dedicando o que de melhor sabemos à ciência e à arte de amar.

A interrelação do Ego com o Outro na mentalidade patriarcal é ternária porque o Ego da pessoa dominante identifica, julga e ataca o Outro e a sua Sombra, sem expor a sua própria e, por isso, é incompatível com o processo gnóstico iniciático que se desenvolve dentro do relacionamento quaternário da alteridade, no qual, cada pessoa cultiva sua luz na medida em que se abre para expor sua Sombra, o que torna a dedicação ao autoconhecimento inseparável da dedicação ao conhecimento do Outro.

O amor requer a busca da plena realização individual dos cônjuges. É uma função estruturante que não pode ser plenamente cultivada nem sob a dominância matriarcal nem sob a dominância patriarcal.

Sob a dominância matriarcal predominam a sensualidade e o desejo e essa predominância impede a consideração plena da realidade do Outro.

Sob a dominância patriarcal, as polaridades se relacionam na posição polarizada, na qual os polos são vivenciados de forma desigual, dentro do princípio do poder, o que impede a interação dialética plena e igualitária do homem e da mulher.

A poesia é uma expressão do Arquétipo da Alteridade que expressa literariamente as inúmeras polaridades dos símbolos relacionadas dialeticamente por intermédio das metáforas.

Os textos do Ramayana e do Mahabharata, os dois grandes poemas épicos da Índia, a história de Buda e os Evangelhos da Paixão de Cristo, do início de nossa era, ilustram de forma exuberante e trágica a busca do amor e da compaixão limitadas pela repressão patriarcal que conduz à intolerância elitista, à opressão, ao homicídio e à guerra.

A perspectiva histórica arquetípica é milenar. Ela é anunciada simbolicamente pela característica prospectiva dos mitos. O Mito Cristão é o mito prospectivo da história do Ocidente nos últimos dois mil anos apesar da sua distorção brutal levada à cabo pelo Cristianismo institucional na Inquisição (Byington, 1990).

No primeiro milênio de nossa Era, o processo civilizatório do Ocidente, inspirado no Mito Cristão, começou a integrar progressivamente a alteridade por intermédio da louvação da paixão do Cristo de inúmeras maneiras, inclusive por intermédio do amor de Maria e da vida dos Santos, inspirado no exemplo daquele que morreu para guiar a humanidade, após sua ressurreição mítica, em direção a compaixão e ao amor.

Uma das interpretações do Mito Cristão, do filho herói ser crucificado e atingir sua missão do amor e da compaixão na Ressurreição, é de ser este amor inatingível no paradigma patriarcal e necessitar da transformação da Consciência Coletiva para renascer na Trindade e no paradigma de alteridade onde só então é capaz de se realizar.

O drama do amor impossível que mais marcou a Idade Média na Europa Cristã foi certamente o célebre romance de Abelardo e Heloísa, cujas cartas relatam sua profundidade.

O teólogo, poeta e filósofo Abelardo (1079 – 1142) foi recomendado pelo poderoso Fulbert de Notre Dame em Paris, tio e tutor de Heloísa, para ser o instrutor dela (1098- 1164).

Apaixonados, mas impedidos de se unirem devido à nobreza familiar dela, casaram-se secretamente e ela foi ter um filho na Inglaterra. Descoberto o casamento, sua família engendrou a castração de Abelardo, que se tornou monge em St. Denis, enquanto que Heloísa terminou seus dias como freira em Argenteuil (Enciclopédia Britânica, 1993, vol. 5, pg. 810).

  • no século XII, quase no final da Idade Média, que surge a literatura Ocidental propriamente, quando o Mito se “encarna” no canto dos trovadores e vai buscar o sangue de Cristo no Graal para viver a justiça e o amor. Junto com Excalibur, a espada por intermédio da qual Arthur une o baronato dentro da monarquia, instala-se o drama do amor impossível entre Guinevière, rainha e esposa de Arthur, e Lancelote, o principal cavaleiro da Távola Redonda. De um lado, a instituição monárquica, a família real e o status da corte e, do outro, a individualidade profunda dos Arquétipos da Anima e do Animus e o amor. Diante da impossibilidade de vivenciar nesse contexto a alteridade que
  • sempre extraordinária e única, Guinevière se tornou freira e Lancelote um cavaleiro errante em nome de sua amada.

A célebre lenda de Tristão e Isolda foi celebrizada na ópera de Richard Wagner (1813-1883), baseada na versão de Gottfried von Strassburg e se tornou a joia da poesia germânica medieval, publicada em 1210.

Suas origens remontam à lenda Céltica, segundo o qual o jovem Tristão, tendo matado um terrível dragão que assolava a Irlanda, pede a mão da princesa Isolda para seu tio, o Rei Mark da Cornuália.

Durante a viagem, os jovens bebem a poção mágica, preparada pela mãe de Isolda para ela e o soberano, e se apaixonam. Seu amor, no entanto, como aquele entre Guinevière e Lancelote, colide com os cânones da organização social patriarcal, o que torna seu fim trágico inevitável (Enciclopédia Britânica, 1993, vol. XI, pg. 933).

O mais famoso drama literário do amor impossível foi descrito já no Renascimento pelo escritor italiano Matteo Bandello (1485-1561) e imortalizado por William Shakespeare (1564-1616) em Romeo e Julieta, publicado em 1593.

Na medida em que a dimensão social patriarcal se estabeleceu plenamente nas nações europeias, a incompatibilidade do amor com a dominância patriarcal passa da polaridade entre a monarquia e a nobreza (Lancelote e Guinevière e Tristão e Isolda), ou entre a nobreza a intelectualidade (Heloísa e Abelardo) para a polaridade entre duas poderosas famílias rivais, os Capuleto (Julieta) e os Montague (Romeo) que competem e se odeiam na sociedade de Verona.

Imagem que representa a alteridade

Passaram-se os séculos e, apesar da repressão patriarcal com seu elitismo, sua intolerância, sua destrutividade ecológica e suas guerras, a busca dos direitos humanos, da socialdemocracia e da consciência ecológica, junto com a globalização, mostram que o Arquétipo da Alteridade e o Arquétipo da Totalidade, apesar de variarem muito sua integração na Consciência Coletiva das diferentes nações, continuam progressivamente sua lenta implantação.

Essa implantação atinge os direitos humanos individuais e sociais e progressivamente também a natureza, na sustentabilidade. Dentro desse processo civilizatório, o amor conjugal se apresenta como imprescindível.

Sua busca é necessária à plena realização humana, mas altamente revolucionária e problemática devido à desorganização que traz à família e à sociedade de dominância patriarcal.

O Livro Vermelho de Jung e as suas paixõers por Sabina Spielrein e Toni Wolff (Guerra, 2011) bem ilustram a continuação da implantação da alteridade do amor na modernidade.

O significado amoroso do Livro Vermelho foi interpretado por Maria Helena R. M. Guerra no livro O Drama de Amor de C. G. Jung (Ed. Linear B, SP, 2011).

Na medida, porém em que se liberam e se integram cada vez mais as funções estruturantes da ternura, da sensibilidade e da afetividade do homem e da realização criativa profissional e sexual da mulher, a pujança e o desafio engrandecedor do amor conjugal são cada vez mais buscados para o encontro afetivo, companheiro, erótico, compreensivo e auto realizador do homem e da mulher, cujo vínculo é inseparável da natureza criativa ou destrutiva do Processo de Humanização.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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