Início JUNG: Vida e Obra Carl Gustav Jung

Carl Gustav Jung

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Carl G. Jung

  • Psiquiatra Suíço.
  • Nascido em 26 de julho de 1875, Kesswil, Turgóvia, Suíça.
  • Fundador da Psicologia Analítica.
  • Seus conceitos mais conhecidos e extremamente relevantes: Inconsciente coletivo, individuação, arquétipos.




Neste Artigo

É muito difícil resumir a história de alguém, num só conjunto de palavras, como aqui tentaremos expressar…

Aliás, creio ser impossível tal tarefa. Ainda mais sendo alguém com Carl Jung, cuja vida e obra são das mais vastas e fecundas.

De qualquer forma, este artigo pretende abordar, de modo sucinto:

  • Carl Gustav Jung e sua Vida
  • Começo da carreira de Carl Gustav Jung
  • Trabalhando com Sigmund Freud
  • Confrontando o Inconsciente
  • A Psicologia Analítica
  • Trabalho Posterior de C. G. Jung
  • Obras completas de C. G. Jung
  • Outras Obras de Jung em Português
  • Algumas Obras de Jung Não Disponíveis em Português
  • A Cronologia da Vida de Carl G. Jung
  • Prêmios e Honras
  • Sua Vida e sua Passagem
  • Conclusão

Espero contribuir com a sua leitura e despertar seu interesse por este grande ser, grande personagem da nossa história!

Biografia de Carl Jung

Carl Gustav Jung nasceu em 26 de julho de 1875, em Kesswil, Turgóvia, um cantão da Suíça.

Jung elaborou, a partir de seus estudos, sua visão acerca da psique humana, a partir das observações das associações “complexas” ou emocionalmente carregadas.

Sua observação o levou a formular, ou reformular diversos conceitos, como o inconsciente, arquétipos, complexos, persona, anima e/ou animus, compensação, sonhos, sincronicidade, criatividade, sintomas, tipos e funções psíquicas, a “numinosidade”, o self, enfim…. um sistema psíquico bem estabelecido.

Ele colaborou com Sigmund Freud, mas discordou dele sobre a base sexual das neuroses, além, é claro do conceito de libido, que pra ele é como energia vital e não somente sexual.

Jung fundou a psicologia analítica, cuja base fundamental são os arquétipos e o inconsciente coletivo, a energia psíquica, os complexos e o processo de individuação.

A partir desses temas derivam inúmeros outros que complementam seu modelo de psique humano.

Jung publicou muitas obras durante sua vida, e suas ideias frutificaram para muito além do campo da psiquiatria, estendendo-se também à arte, literatura, religião física, quântica, biologia.

Carl Gustav Jung faleceu em 6 de junho de 1961, aos 86 anos, em Küsnacht, comuna da Suíça, no Cantão Zurique.

Carl Gustav Jung e sua Vida

A princípio, único filho de um clérigo protestante, Jung era uma criança quieta e observadora que carregava uma certa solidão na condição de filho único.

Possivelmente como resultado desse isolamento, ele passou horas observando como os adultos ao seu redor se comportavam, possivelmente sendo algo que moldou sua carreira e trabalho posteriores.

A infância de Jung foi influenciada pelos seus pais, claro, como toda criança, mas suas complexidades certamente pontuaram sua necessidade de compreensão da psique.

Seu pai, Paul, era um homem amigável, e tolerante, porém não tinha uma boa saúde física e psíquica. Tinha episódios de depressão, adoecia frequentemente e aparentemente era hipocondríaco.

Desenvolveu uma crença falida no poder da religião à medida que envelhecia. Não era feliz na família e frequentemente brigava com sua esposa, eventos que Carl muitas vezes presenciava.

Levava muito a sério seu trabalho na igreja, mas isso não o satisfazia e isso trazia dúvidas à sua fé, o que o fazia ficar imerso em seu mundo interior e também em sua biblioteca.




A mãe de Jung, Emilie, vinha de uma família em que os fenômenos e temas religiosos eram centrais na vida. Era considerada forte, trabalhadora, arrogante e autoritária, mas também depressiva.

Após o nascimento de Carl Jung ela mergulhou nessa depressão, retraindo-se, quando ele tinha apenas dois anos, sendo necessário que uma babá cuidasse dele, dividindo o quarto com o pai durante três anos.

Foi assombrada por doença mental e, mais tarde, por alguns meses, deixou a família para viver temporariamente em um hospital psiquiátrico.

Carl Jung percebeu pela primeira vez os dois aspectos da personalidade, nesse caso, da mãe, onde a primeira era a “boa mãe”, amável, carinhosa, aberta, e a outra, a “mãe má”, que era tão assustadora, que ele ficava atônito.

Em 1884 nasce sua única irmã, Gertrude.

Como era o caso de seu pai e muitos outros parentes do sexo masculino, era esperado que Jung se tornasse pastor.

No entanto, Jung, que começou a ler muito sobre filosofia em sua adolescência, contrariou a tradição e frequentou a Universidade da Basileia.

Lá, ele foi exposto a vários campos de estudo, incluindo biologia, paleontologia, religião e arqueologia, antes de finalmente se estabelecer na medicina.

Jung casou-se com Emma Rauschenbach em 1903, e juntos, tiveram cinco filhos.

Permaneceram juntos até a morte de Emma em 1955.

Jung se formou na Universidade da Basileia em 1900, onde é assistente de Eugen Bleuler, médico-chefe do Burghölzli (hospital psiquiátrico), em Zurique.

Dois anos depois obteve seu doutorado na Universidade de Zurique com a Tese de doutoramento: “Sobre a Psicologia e a Patologia dos Fenômenos Ditos Ocultos”.

Começo da carreira de Carl Gustav Jung

Enquanto frequentava a Universidade de Zurique, Jung trabalhou na equipe do Burgholzli Asylum, onde ele foi orientado por Eugen Bleuler, um psicólogo pioneiro que lançou as bases para o que hoje é considerado um estudo clássico da doença mental.

No hospital, Jung observou como palavras diferentes provocavam respostas emocionais de pacientes, que ele acreditava representar associações subconscientes em torno de algum conteúdo.

Essas observações, o desenvolvimento do teste de associação de palavras, levaram Jung a caminho de desenvolver o termo “complexo” para descrever tais condições.

Trabalhando com Sigmund Freud

Crescia a reputação de Jung como psiquiatra e sua obra que lidava com o inconsciente, o que acabou levando-o às ideias de Sigmund Freud e, mais tarde, ao próprio homem como um todo.

Depois de um tempo estudando com Pierre Janet, em Paris, em 1902, voltou a trabalhar no hospital de Burgholzi.

Em 1904, montou um laboratório experimental em que implementou o seu, muito famoso, teste de associação de palavras para o diagnóstico psiquiátrico.

Ele era naturalmente curioso, e com a união desta característica com seus intensos estudos e sua sede insaciável por conhecimento, levaram-no até a obra de Sigmund Freud (1856-1939).

Jung entrou em ressonância e ao se dar conta de que partilhavam algumas ideias e teorias, começou, junto a Freud uma fértil e longa correspondência, que durou de 1906 a 1913.

O resultado foi uma ampla colaboração e troca de conceitos fundamentais para a evolução da concepção de inconsciente e consequente tratamento de psicopatias.

Durante esse período, a partir de 1906, os dois homens trabalharam juntos, e acreditava-se que Jung seria o único que continuaria o trabalho de Freud.

Em 27 de fevereiro de 1907, ocorreu seu primeiro encontro face a face, durou 13 horas e deu início a um relacionamento de aproximadamente 7 anos.

Esse relacionamento foi extremamente rico, seja em troca de confidências, análise de sonhos e até discussão de casos clínicos.

No entanto, pontos de vista e temperamento terminaram sua colaboração e, eventualmente, sua amizade. Haviam algumas diferenças fundamentais.

Para Jung, não era aceitável a insistência de Freud de que as causas dos conflitos psíquicos sempre envolveriam algum trauma de natureza sexual.

Para Freud, não havia verdade na ideia de que o inconsciente é uma instância maior, onde, objetivos vão muito além de somente guardar o material reprimido.

Em particular, Jung “desafiou” as crenças de Freud em torno da sexualidade como fundamento da neurose.

O desgaste da amizade de ambos foi inevitável, culminando com sua separação.

A ruptura final veio em 1912, quando Jung publicou “Psicologia do Inconsciente”, e mais tarde quando Jung envia a Freud a segunda parte de “Metamorfoses e Símbolos da Libido”, onde ele examinou a mente inconsciente e tentou entender o significado simbólico de seu conteúdo.

Em dezembro de 1912 houve a ruptura das relações pessoais com Freud.

Confrontando o Inconsciente

Foi realmente grande o sofrimento de Jung com a separação.

Ele diz assim:

“Depois da ruptura com Freud, começou para mim um período de incerteza interior, e mais que isso, de desorientação”.
(JUNG, “Memórias, sonhos E reflexões”. 1963, p.152).

Algo aconteceu daí em diante: inúmeros sonhos e imagens surgiram em sua mente.

Todo esse material era muito rico e deveria ser integrado, pois, segundo ele mesmo, se não fosse elaborado, poderia lhe trazer um sério risco de sucumbir a uma psicose.

Ele era vitalmente forte, já num grau considerável de sabedoria, o que o fizeram buscar e compreender todo aquele material que se manifestava, através do seu inconsciente.

Ele afirma:

“Os anos durante os quais me detive nessas imagens interiores constituíram a época mais importante da minha vida e neles todas as coisas essenciais se decidiram. (…) Toda a minha atividade ulterior consistiu em elaborar o que jorrava do inconsciente naqueles anos e que inicialmente me inundara: era a matéria-prima para a obra de uma vida inteira”.
(JUNG, “Memórias, sonhos e reflexões”. 1963, p.176.)

Grande foi o confronto com seu inconsciente, durante toda esta fase da sua vida.

Suas anotações nos “Livros Negros” e posterior transcrição para o “Livro Vermelho”, de suas vivências, por meio consciência interagindo com diversos personagens que apareciam a partir dos sonhos, fantasias e imaginação ativa, marcam, como registros, a auto experimentação e, claro auto descoberta de Jung sobre si mesmo.

A Psicologia Analítica

Romper com Freud trouxe, inevitavelmente, consequências para Jung.

Freud não mais permitia sua participação e outros na comunidade psicanalítica também o evitavam.

Em 1914, ele saiu da Sociedade Psicanalítica Internacional e passou a vivenciar seus processos e a desenvolver suas ideias.

Em seu período inicial, após a ruptura com Freud, seu conceito mais importante foi a elaboração dos Tipos e Funções, a concepção de introvertidos e extrovertidos. O trabalho de Jung nesta área foi destaque em sua publicação em 1921, “Psychological Types”.

O sistema teórico de Jung primeiro se chamou “Psicologia dos Complexos”, mas depois veio ao termo Psicologia Analítica”.

O núcleo central desse sistema traz luz às diversas maneiras como o inconsciente se expressa: sonhos, imaginação e desenhos.

Na base de sua teoria, o inconsciente pode ser pessoal e coletivo. O pessoal, é formado por material reprimido e complexos. O Coletivo é composto por materiais arquetípicos comuns a toda a humanidade.

No coração da psicologia analítica está a interação destes com o ego, onde, dessa relação, provém um processo que ele denominou de individuação.

É através desse processo que uma pessoa se desenvolve plenamente, em seu próprio eu verdadeiro”.

Trabalho Posterior de C. G. Jung

Jung viajou, durante grande parte de sua vida posterior, ao redor do mundo para estudar diferentes culturas.

Suas publicações são muitas, sobre suas descobertas. Ele é autor de cerca de 200 trabalhos sobre suas teorias, incluindo “O Homem Moderno em Busca de Uma Alma” de 1933 e “The Undiscovered Self” de 1957.

As ideias de Jung continuam a ressoar hoje, e certamente continuarão, nos mais diversos campos, como arqueologia, religião, literatura, cinema, física quântica, biologia e até na cultura pop.

Obras completas de C. G. Jung

(Editora Vozes)

I – Estudos Psiquiátricos

II – Estudos Experimentais

III – Psicogênese das Doenças Mentais

IV – Freud e a Psicanálise

V – Símbolos de Transformação

VI – Tipos Psicológicos

VII/1 – Psicologia do Inconsciente

VII/2 – O Eu e o Inconsciente

VIII/1 – A Energia Psíquica

VIII/2 – A Natureza da Psique

IX/1 – Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo

IX/ 2 – Aion – Estudos Sobre o Simbolismo do Si-Mesmo

X/1 – Presente e Futuro

X/2 – Aspectos do Drama Contemporâneo

X/3 – Civilização em Transição

X/4 – Um Mito Moderno

XI/1 – Psicologia e Religião

XI/2 – Interpretação Psicológica do Dogma da Trindade

XI/3 – O Símbolo da Transformação na Missa

XI/4 – Resposta a Jó

XI/5 – Psicologia e Religião Oriental

X/XI – Escrito Diversos

XII – Psicologia e Alquimia

XIII – Estudos Alquímicos

XIV/1 – Mysterium Coniunctionis

XIV/2 – Mysterium Coniunctionis

XV – O Espírito na Arte e na Ciência

XVI/1 – A Prática da Psicoterapia

XVI/2 – Ab-Reação, Análise dos Sonhos, Transferência

XVII – O Desenvolvimento da Personalidade

XVIII/1 – A Vida Simbólica

XVIII/2 – A Vida Simbólica

Outras Obras de Jung em Português

  • William McGuire e R. F. C. Hull (orgs.), C. G. Jung: Entrevistas e Encontros. São Paulo: Cultrix, 1982.
  • G. Jung, Seminários sobre psicologia analítica (1925).
  • G. Jung, Seminários sobre Análise de Sonhos: Notas do seminário dado em 1928-1930 por C.G. Jung.
  • G. Jung, O Homem e seus Símbolos.
  • G. Jung, Espiritualidade e transcendência. Seleção e edição: Brigitte Dorst.
  • G. Jung, Sobre sonhos e transformações.
  • G. Jung, Sobre sentimentos e a sombra.
  • G. Jung, Cartas de C. G. Jung – De 1906 a 1961.
  • G. Jung, Memórias, Sonhos, Reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.
  • G. Jung, “Aproximação ao Inconsciente” em: C. G. Jung (org.), O Homem e Seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

Algumas Obras de Jung Não Disponíveis em Português

  • The zofingia. London: Routledgr & Kegan Paul, 1983.
  • Vision Seminars. Dallas: Spring Publications, 1983.
  • Seminars on Dream Analysis. New Jersey. Princeton University Press, 1984.
  • Nietzsche’s Zarathustra. Notes of the Seminar Given in 1934-1939. New Jersey: Princeton University Press, 1988.
  • Jung’s Seminars on Nietzsche’s Zarathustra. Abridged. New Jersey: Princeton University Press, 1997.
  • Analytical Psychology. Notes of the Seminar Given in 1925. New Jersey: Princeton University Press, 1989.
  • Psychology of Kundalini Yoga. Notes of the Seminar Given in 1932. London: Routledge & Kegan Paul, 1996.
  • Children’s Dreams. Notes from the Seminars Given in 1936-1940 by C. G. Jung. New Jersey: Princeton University Press, no prelo (previsto para 2008).

A Cronologia da Vida de Carl G. Jung

1875: Carl Gustav Jung nasceu no dia 26 de julho na Suíça, em Kesswil – Cantão de Thurgau, filho de um pastor da Igreja Reformada Suíça – Johann Paul Achilles Jung (1842 – 1896) e de Emile Preiswerk (1848 – 1923) ;

1879: Mudança da família para Klein-Hunigen, perto da Basiléia, cidade na qual Jung cursou o ginásio;

1884: Nascimento de sua única irmã, Gertrude.

1895 – 1900: Estuda medicina na Universidade da Basiléia. Em 1896 falece seu pai.

1900: É assistente de Eugen Bleuler, médico-chefe do Burghölzli (hospital psiquiátrico), em Zurique;

1902: Tese de doutoramento: “Sobre a psicologia e a patologia dos fenômenos ditos ocultos”;

1902/1903: Estuda com Pierre Janet, na Salpêtrière;

1903: Casa-se com Emma Rauschenbach, com quem teve quatro filhas e um filho;

1904/1905: Organiza o laboratório de psicologia experimental. Publica a primeira parte dos “Estudos com Associação de Palavras”;

1905 – 1909: Chefe de clínica no Burghölzli;

1905 – 1913: Professor de Psiquiatria na Faculdade de Medicina de Zurique; aulas de psicologia e psiconeuroses;

1906: Início da correspondência Freud – Jung;

1907: Publicação de:”Psicologia da Demência Precoce”; primeiro encontro com Freud em Viena. Primeiro Congresso Internacional de Psiquiatria e Neurologia em Berlim. Jung apresenta “A Teoria Freudiana da Histeria”;

1908: I Congresso Internacional de Psicanálise em Salzburg;

1909: Abertura de clínica particular. Viaja aos Estados Unidos com Freud, ambos convidados pela Universidade Clark, Massachusetts. Redator chefe do Jahrbuch für Psychoanalytische und Psychopathologische Forschungen, fundado por Freud e Bleuer;

1910: Segundo congresso Internacional de Psicanálise;

1910: Fundação da Associação Psicanalítica Internacional, da qual Jung é o Primeiro presidente até 1913.

1911: Terceiro congresso Internacional de Psicanálise em Weimar. Escreve a primeira parte de “Metamorfoses e Símbolos da libido”. Conhece Toni Wolff.

1912: Profere nove conferências na Universidade Fordham em Nova Iorque: “Tentativa de Apresentação da Teoria Psicanalítica”. Envia a Freud a segunda parte de “Metamorfoses e Símbolos da Libido”. Em dezembro, ruptura das relações pessoais com Freud;

1913: Quarto Congresso Internacional de Psicanálise em Munique. Jung dá o nome à sua psicologia de “Psicologia Analítica” referindo-se ao resultado de seus estudos e ao método de análise deles decorrente; demissão de seu posto de ensino na Universidade de Zurique e do cargo de redator chefe da Jahrbuch.;

1914: Conferências em Londres e Aberdeen; é mobilizado para o serviço de saúde. Deixa a presidência da Associação Psicanalítica Internacional;

1912 / 1919: Confronto com seu próprio inconsciente;

1916: Escreve “Sete Sermões aos Mortos” e “A Função Transcendente”; estudo sobre os gnósticos e “Aspectos Gerais da Psicologia dos Sonhos”;

1917: Escreve “Psicologia do Inconsciente”;

1918/ 1926: Estuda o Gnosticismo;

1919: Escreve “Instinto e Inconsciente”;

1918 – 1919: Jung é nomeado comandante do campo de internação de Soldados ingleses; começa a pintar mandalas; Comandante do campo de internação de Soldados ingleses; pintura de mandalas;

1921: Escreve “Tipos Psicológicos”;

1923: Jung constrói uma torre a torre perto do lago de Zurique; Jung trava amizade com Richard Wilhelm (tradutor do “I Ching – O Livro Das Mutações”);

1924 – 1925: Visita aos índios Pueblo do Novo México (EUA);

1925 – 1926: Expedição a Uganda, ao Quênia, às margens do Nilo; visita aos Elgonyi, no Monte Elgon;

1928: Escreve: “O Eu e o Inconsciente” e “A energia Psíquica”. Richard Wilhelm envia a jung um manuscrito de um tratado alquimista taoísta, “O Segredo da flor de Ouro”;

1929: Comentários a respeito da obra “O Segredo da Flor de Ouro”, de Richard Wilhelm;

1930: Assume a vice-presidência da Sociedade Médica Geral Internacional para Psicoterapia, cujo presidente é E. Kretschmer. Primeiro encontro entre Jung e W. Pauli;

1932: Prêmio de literatura da cidade de Zurique. Início da correspondência com W. Pauli;

1933: Viagem ao Egito e à Palestina. Primeira conferência Eranos de Jung em Ascona, Suíça: “Estudo Empírico do Processo de Individuação”;

1933/1939: Eleito Presidente da Sociedade Médica Geral para Psicoterapia;

1934: Começa o estudo sistemático de alquimia;

1935: Conferência no Instituto Tawistock em Londres: “Fundamentos de Psicologia Analítica”;

1936: Doutor “honoris causa”, em Harvard (Massachussets). Escreve o ensaio “Wotan”;

1937: Conferência sobre Psicologia e religião na Universidade de Yale, EUA;

1938: Viagem à Índia, a convite do governo britânico; nomeado presidente do Congresso Internacional de Psicoterapia, em Oxford; membro da Real Sociedade de Medicina;

1940: Publicação de “Psicologia e Religião”;

1944: Nomeação para a cátedra de Psicologia da Faculdade de Medicina de Basiléia; escreve “Psicologia e Alquimia”;

1945: Doutor “honoris causa” da Universidade de Genebra;

1946: Escreve os ensaios “Sobre a Natureza da Psique”, “Psicologia da Transferência” e “Psicologia e Educação”;

1948: Inauguração do Instituto C. G. Jung, em Zurique;

1951: Publicação de: “Aion”;

1952: Escreve “Sincronicidade” e “Resposta a Jó”; revisa “Metamorfoses e Símbolos da Libido”republicando com o título “Dímbolos de Transformaçào”;

1955: Morte de sua esposa Emma Jung, em 27 de novembro;

1955 – 1956: Escreve “Mysterium Coniunctionis”;

1957: Começo da redação de “Memórias, Sonhos e Reflexões”, com Aniela Jaffé; entrevista na TV para a BBC de Londres com John Freedman;

1958: Escreve “Um Mito Moderno”;

1961: Termina, dez dias antes de morrer, o “Ensaio de Exploração do Inconsciente”, para o livro “O Homem e Seus Símbolos”. Falece no dia 6 de junho em sua casa em Küsnacht.

(Referência: psicologiasandplay.com.br)

Prêmios e Honras

Em 1932, Jung recebeu o prêmio de literatura de Zurique.

Seis anos depois, ele foi eleito membro honorário da Royal Society of Medicine, da Inglaterra.

Em 1944, ele foi nomeado membro honorário da Academia Suíça de Ciências Médicas.

Sua Vida e sua Passagem

Carl Gustav Jung faleceu no dia 6 de junho de 1961.

Morreu aos 86 anos, em sua casa, que se localizava nas margens do lago de Zurique, em Küsnacht.

Sua vida altamente produtiva, sendo considerado um dos grandes gênios da humanidade.

Assim ele vê a si mesmo e sua vida:

“Minha vida é a história de um inconsciente que se realizou. Tudo o que nele repousa aspira a tornar-se acontecimento, e a personalidade, por seu lado, quer evoluir a partir de suas condições inconscientes e experimentar-se como totalidade”.
(JUNG, “Memórias, sonhos e reflexões”. 1963, p.19.)

Conclusão

Carl Gustav Jung não era um filósofo como a palavra comum vem a expressar.

Ao longo de sua vida ele afirma que sua perspectiva sempre foi fenomenológica e seu trabalho era estritamente empírico e inscrito no campo da Ciência.

Apesar disso, Jung não pode ser considerado somente como médico ou psiquiatra.

A construção de seu pensamento, através de sua obra, é a elaboração de uma reflexão sistemática, pontuada meticulosamente, sobre a vida e sobre a vida do ser humano em geral.

Seus estudos profundos de autores como Kant, Schopenhauer e Nietzsche, além de sua busca pela alquimia e o pensamento oriental, mostram uma profundidade não cerceada pelo dogmatismo, o que atraía a atenção de intelectuais e artistas europeus.

Não é, de certa forma, confortável o ponto onde Carl Gustav Jung se encontra, pois ele está no ponto onde surge uma mudança de perspectiva.

Esse ponto de tensão é entre o naturalismo próprio do romantismo alemão e o naturalismo metodológico, base para as ciências naturais.

Seu pensamento, localiza-se, de certa forma, na mudança da física newtoniana para a teoria do campo e da relatividade, de um mundo tridimensional para um mundo quadridimensional.

Particularmente, acredito ser ele, a expressão de um conhecimento que vai muito além da compreensão humana, estando assim, como ponto de referência para o ser humano do futuro.

E você, como vê Jung, a humanidade como um todo e a si mesmo?

Conte suas reflexões nos comentários!


23 COMENTÁRIOS

  1. Amei a sinopse sobre a vida e obra de Jung. me interesse especialmente no estudo que ele faz sobre a simbologia dos sonhos, e bem como os seu ensaios sobre a Complexidade do ser humano como indivíduo e da humanidade como todo, e suas inter relações. O mesmo em relação ao inconsciente individual e coletivo sua interrelações. Gostaria que ele explicasse as simbiologias das músicas poetizadas seja as daqui como nos EUA por exemplo, e suas interconexoes com o inconsciente individual e coletivo.

    • Que bom que gostou Jaime, realmente Jung é incrível.
      A priori, um postulado sobre a simbologia dos sonhos foi
      realizado por Freud… Jung traz muitos símbolos, mas a priori,
      não há uma obra dedicada exclusivamente a isso.

      Sobre suas questões sobre música, talvez seja possível verificar
      estudos acerca desses temas, nos pós junguianos.

      De qualquer forma, todas as suas questões são muito boas, e
      certamente podem ser trabalhadas, cada uma delas, como artigos,
      quiçá estudos profundos para livros, etc…

  2. A pergunta como iniciante ao estudo da vida e obra de JUNG, é qual seria a resposta dele para descomplicar a vida complicada de certos seres humanos e outra é como Jung responderia ao desafio da libertação do indivíduo da prisão mental que esta submetido por ele mesmo e pelos condicionamentos externos, sem levar o indivíduo à uma loucura libertadora irresponsável e sem controle e sim à uma loucura libertadora sustentável , socialmente plausível e benigna? Como Jung ver o Humor e sua correlação com a liberdade mental e existencial? E como vê Jung, o auto conhecimento relativo como forma paralela de domínio ou controle de certas psicoses?

    • Boa tarde Jaime,
      são muito boas as suas questões…
      Como Jung vê essas questões é difícil saber,
      ele talvez poderia responder melhor.

      O fato é que a teoria dele nos permite verificar e tratar
      essas questões todas a partir dos aspectos simbólicos,
      ampliando muito a ideia de vida.

      O acompanhamento terapêutico, ou até mesmo a supervisão,
      me parecem ser ótimos meios pra que suas perguntas sejam
      respondidas, da melhor forma, na vida.

  3. Como Jung vê a correlação mentira , condicionamento e prisão mental individual e coletiva dentro dos arquétipos do inconsciente coletivo. e seu papel na formação do ser humano desde a infância ?

  4. Muito importante o escrito sobre essa magnífica pessoa o Dr. Carl Jung, além de eminente colaborador de Sigmund Freud, é uma autoridade na Psicanálise e Psiquiatria, suas obras são importantes na atualidade muito usada sua técnica de investigação nos hospitais psiquiátricos do mundo inteiro. Não deixando também de fora a grande psiquiatra Dra Nise da Silveira que revolucionou a Psiquiatria acabando com o penoso eletrochoque na cura de pacientes nos manicômios. Parabéns amigo por fazer valer os estudos dessa grande personalidade.

  5. bom dia, o referencial teórico para as informações deste artigo foi somente do livro JUNG, “MEMÓRIAS, SONHOS E REFLEXÕES” ou tem mais referencias teóricas?

    • Olá Seuze,
      segue o referencial:

      JUNG, Carl Gustav. Fundamentos de Psicologia Analítica: As conferências de Tavistock. Petrópolis: Vozes, 1972. v. 1.

      _____. Psychology and Religion. West and East. 2. ed. New Jersey: Gerhard Adler & R. F. C. Hull, 1973. v 11.

      _____. Psicologia do Inconsciente. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1980. v. 7/1.
      _____. Aspectos do Drama Contemporâneo. 2. ed. Petrópolis: Vozes. 1990. v. 10/2.

      _____. Civilização em Transição. Petrópolis: Vozes, 1993. v. 10/3.

      _____. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. v. 9/1.

      _____. A Natureza da Psique. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2006. v. 8/2.

      _____. A Energia Psíquica. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2007. v. 8/1.

      _____. O Eu e o Inconsciente. 21. ed. Petrópolis: Vozes. 2008. v. 7/2.

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